Brasil / Uruguai 2016 (94')
Direção: Cristiane Oliveira
Elenco:
Maria Galant | ... | Nalu | |
Marat Descartes | ... | Ruben | |
Verónica Perrotta | ... | Rosario | |
Áurea Baptista | ... | Vera | |
Amélia Bittencourt | ... | Olga | |
Jorge Esmoris | ... | Antonio | |
Fabiana Amorim | ... | Elisa | |
Liane Venturella | ... | Carmen | |
Diego Trinidad | ... | Juan | |
Renan Goulart | ... | Fabio |
Sinopse:
A adolescente Nalu (Maria Galant) precisa cuidar do pai cego, após a morte da avó que os criou como irmãos. Quando Ruben (Marat Descartes) percebe o amadurecimento da filha, surge uma desconcertante intimidade entre eles. Mas, com a chegada de Rosário, o ciúme ganhará espaço na vida de ambos.
Frei Caneca 3 (cabine)
««««
Comentário:
O novo cinema brasileiro passa necessariamente pelo olhar feminino. A cineasta Cristiane Oliveira estreia na direção de longas com um trabalho minucioso sobre um roteiro recheado de nuances e significados que vão além da superfície.
Cristiane quase sempre sabe controlar bem o tempo das cenas, pacientemente construídas para expor algo a mais.
A primeira cena já traz uma figura simbólica clássica, o trabalho no tear que revela a ligação umbilical entre os personagens da mãe com o filho e a neta, que já não se conforma em ficar presa àquela realidade.
Com a morte da matriarca, logo no início do filme, os horizontes do pai cego parecem se fechar totalmente, o que torna ainda mais urgente a necessidade da menina em transpor as fronteiras da pequena vila onde nasceu.
Ao mesmo tempo em que ela explora as influências externas, o pai se readapta a nova vida e reforça suas raízes. Mas é no momento em que a menina perde o posto de "mulher da casa", que o elo se quebra e ela finalmente ganha sua liberdade.
O filme é recheado de simbolismos fortes, às vezes óbvios, mas nunca banais. O prazer em compreender o tecido que a diretora constrói, elevam a sensação de empatia com as personagens e o resultado final é brilhante.
Uma obra madura, que merece ser vista nos cinemas.
(http://www.kinobrasil.com.br/2017/06/mulher-do-pai.html)
Cristiane quase sempre sabe controlar bem o tempo das cenas, pacientemente construídas para expor algo a mais.
A primeira cena já traz uma figura simbólica clássica, o trabalho no tear que revela a ligação umbilical entre os personagens da mãe com o filho e a neta, que já não se conforma em ficar presa àquela realidade.
Com a morte da matriarca, logo no início do filme, os horizontes do pai cego parecem se fechar totalmente, o que torna ainda mais urgente a necessidade da menina em transpor as fronteiras da pequena vila onde nasceu.
Ao mesmo tempo em que ela explora as influências externas, o pai se readapta a nova vida e reforça suas raízes. Mas é no momento em que a menina perde o posto de "mulher da casa", que o elo se quebra e ela finalmente ganha sua liberdade.
O filme é recheado de simbolismos fortes, às vezes óbvios, mas nunca banais. O prazer em compreender o tecido que a diretora constrói, elevam a sensação de empatia com as personagens e o resultado final é brilhante.
Uma obra madura, que merece ser vista nos cinemas.
(http://www.kinobrasil.com.br/2017/06/mulher-do-pai.html)
Nenhum comentário:
Postar um comentário